Um dos maiores clichês
utilizado em debates sobre tecnologia, é mencionar a tal da
disrupção, isto é serviços e produtos que acabam por criar uma
nova estratégia para minar as opções que já estão presentes. E
se tratando de tecnologia disruptiva a Netflix atualmente é um
grande expoente, já que a cada novo feito conquistado (como a marca
de 190 países atendidos com o serviço) acaba incomodando ainda mais
canais de TV aberto e até os fechados que contam com uma programação
mais direcionada. A estratégia do "self-service de conteúdo",
onde os assinantes escolhem quando querem e como querem assistir a
cada ano se estabelece como o novo hobby para muita gente (e sucesso
de mercado), e nesse quesito a referência é a Netflix, com o seu
catálogo variado e preço em conta.
Porém quando algum
serviço incomoda os "grandes leões" as coisas vão se
afunilando e tornando-se mais complicadas, e o mais recente capítulo
do embate entre a Netflix e os serviços de TV por assinatura de
acordo com o UOL está ficando mais ferrenha. A reportagem conta que
os representantes das operadoras de TV por assinatura estão unidas
em Brasília com o intuito de estudar ideias para que o serviço de
streaming pague certas taxas, semelhante ao que já ocorre com as
próprias operadoras.
A estratégia das TVs
por assinatura estariam embasadas em quatro objetivos:
- Convencer que a Ancine
(Agência Nacional do Cinema) cobre da Netflix o pagamento da
Condecine (Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional ),
uma taxa que gira em torno de R$ 3 mil por cada filme no catálogo.
- Cobrar o ICMS (Imposto
sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal
e de Comunicação) sobre as assinaturas (isso mesmo, mensalidades
mais caras).
- Obrigar que a Netflix
tenha pelo menos 20% de contéudo nacional em seu catálogo. Para
atender esse requisito a Netflix teria que fechar parceria com
grandes fornecedoras de conteúdo como o grupo Globo, que obivamente
recua-se a fechar parceria com a Netflix.
- Estipular alguma forma de cobrar da Netflix ou de seus assinantes uma espécie de taxa extra quando o cliente utilizar o serviço de streaming. As operadoras alegam que o serviço "consome muita banda"
Esse desespero
desenfreado por parte das operadoras está ligado também a queda dos
seus assinantes. Em dezembro de 2014 por exemplo havia cerca de 20
milhões de assinantes no Brasil, já em dezembro do ano passado esse
número caiu para cerca de 19 milhões de assinantes.
Já com a Netflix as
coisas estão caminhando de forma ascendente, o serviço que estreou
no Brasil em 2011, obteve em terras tupiniquins R$ 1,1 bilhão em
receita no ano passado, de acordo com o colunista Ricardo Feltrin do
UOL, faturamento este que já ultrapassa o do SBT (R$ 850 milhões) e
Band (R$ 450 milhões).